sábado, 24 de novembro de 2007

Lisbon Film Orchestra

Lisbon Film Orchestra
Orquestra Sinfónica de Bandas Sonoras


Cinema S. Jorge
Lisboa
24Nov07
21h30


Harry Potter
Star Wars
The Lord Of The Rings
Pirates Of The Caribbean
Superman
The Chronicles Of Narnia
Indiana Jones

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Nova Orquestra de Lisboa - Instinto



2 Nov.07
21h30
Instituto Superior de Agronomia /Salão Nobre
Lisboa





Nova Orquestra de Lisboa


Pedro Rocha - direcção



Instinto
A Nova Orquestra de Lisboa apresenta música criada em tempo real sobre fotografia de Sara Gaspar.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Retratos - Ruben Jacinto


Na sua família paterna sempre existiram músicos: uma tia e um avô fagotistas, tendo o seu avô chegado a ser músico no S.Carlos, embora Ruben quase não tenha tido contacto com ele. Apesar disso o seu interesse pela música surgiu quando tinha doze anos, através de Vítor Santos, clarinetista da Soc. Filarmónica 1º de Dezembro, que era na época marido de sua avó. Foi com ele que aprendeu o solfejo e começou a tocar clarinete. Passados três meses ingressa na banda de música daquela sociedade filarmónica. Um ano depois, aos treze anos de idade entra no Conservatório de Música de Lisboa e, em 1999 conclui o 12º ano na Escola Profissional de Música de Almada. Nos dois anos seguintes estuda na Academia Nacional Superior de Orquestra na classe dos professores Étienne Lamaison e Nuno Silva, ambos clarinetistas. Aliás o primeiro foi também o professor que acompanhou a sua classe na licenciatura de Música na Universidade de Évora, a qual termino no no de 2006.

Ruben Jacinto que nasceu há 26 anos e aqui cresceu e estudou até completar o 9º ano de escolaridade, é um dos nossos talentos. O clarinete surge na sua vida um pouco por acaso mas, acabou por se tornar uma paixão. Conta que, nessa altura assistiu a um concerto de um quarteto de clarinetes do qual fazia parte o professor Manuel Jerónimo, que muito o entusiasmou. A partir daí, o clarinete passou a ser uma opção. Adora o som deste instrumento por ser super versátil, com uma grande maleabilidade de sons, que tem vindo a ganhar grande destaque, particularmente na música que se faz actualmente. É muito utilizado na chamada música erudita, mas também no jazz, na música brasileira... Apesar de gostar bastante de Jazz e de ter tido algumas aulas acerca deste género musical, nunca o tocou. No entanto, está agora associado ao projecto Nova Orquestra de Lisboa que está direccionado para a música contemporânea e que, permite muito a improvisação. Este projecto está a ser ensaiado pelo Prof. Pedro Rocha que muito bem tem trabalhado a vertente do improviso. Confessa que foi na Academia, depois do 12º ano que, em contacto com o Prof. Étienne e inserido na Orquestra Académica Metropolitana de Lisboa, que teve um novo "despertar para a música", passando a sentir um envolvimento e a ter percepção mais séria da música. Até então, tinha tido contacto mais técnico. A partir daí, sentiu um enriquecimento dos horizontes musicais e pessoais, um maior entendimento do sentido da música, do papel desta como "linguagem" transmissora de emoções. Foi aí que adquiriu o que chama de "um real conhecimento do que a música deve ser e transmitir ao público". Agora os ensaios com o Prof. Pedro Rocha têm-lhe permitido tomar uma consciência mais profunda do som e da construção da música, partindo de um trabalho de improvisação com regras muito rígidas, o que, paradoxalmente, lhe dá uma sensação de maior liberdade.

Defende que o intérprete de música deve ter sempre em conta a intenção do compositor, embora também não discorde da possibilidade de alguma recriação por parte do intérprete, particularmente nas obras mais antigas, compostas há mais tempo, pois, não só a linguagem e cultura eram diferentes, como é impossível saber qual a leitura correcta de um trabalho musical.

O intérprete deve, sim, ter um conhecimento profundo da música, fazendo a sua própria leitura e, finalmente, quando executa a peça, pode reforçar a intenção do compositor imprimindo-lhe o seu lado pessoal, tentando não distorcer nunca a sua verdade musical.

Diz que, apesar de não ser um conhecedor da música de Jorge Peixinho, aquilo que conhece permite-lhe perceber que é inovadora e sem preconceitos. Que era um compositor experimentalista, que explorava a música na sua totalidade, no seu todo, que era um compositor sem medo, que tinha ideias e as propunha sem preconceitos. Sendo o trabalho destes compositores mais experimentalistas de grande importância para a evolução da música.

Ruben Jacinto é uma pessoa que gosta de viver o momento actual e isso reflecte-se nos seus gostos musicais, não é um grande apreciador de música anterior ao século XVIII e gosta, particularmente, da música dos séculos XX e XXI, pois sente-a mais próxima da nossa vida reflectindo a cultura em que vivemos. A música do século XIX, diz, é o apogeu do reflexo das emoções, é neste século que a ópera atinge o seu clímax com personagens de grande complexidade psicológica. É também, neste século que o intérprete musical começa a adquirir mais importância, sendo enaltecido o virtuosismo do intérprete, passando a interpretação a ser considerado um acto criativo.

Desde que, começou a frequentar a Conservatório de Lisboa, aos 13 anos, que tem estado sempre associado a diversos projectos musicais. Actualmente, além de continuar a estudar, pois um músico estuda ao longo de toda a sua vida, é professor de música do 1º Ciclo e participa no já referido projecto da Nova Orquestra de Lisboa e no Evorensemble. O primeiro, que considera bastante promissor no domínio da arte contemporânea tem já agendados diversos concertos em Lisboa e no Porto, o segundo, que existe desde 2003 e do qual é membro fundador, é composto por dezasseis músicos e tem por objectivo, dar primazia à música contemporânea de autores portugueses, e tem conseguido manter uma actividade regular desde a sua fundação.

Pretende fazer o mestrado, preferencialmente, no estrangeiro. Acredita que os projectos em que está inserido consigam vingar, até porque , cada vez mais as pequenas cidades do interior do país começam a organizar concertos. Por isso, como diz, no futuro acredita...




Ana Reis Silva



in Montijo/Agenda - Retratos

(Novembro/Dezembro 2007)